domingo, 11 de setembro de 2011

MEC divulga, na 2ªfeira, resultado do Enem por escola

Fonte - O Estado de S. Paulo

O Ministério da Educação (MEC) vai divulgar na segunda-feira, dia 12 os resultados de cada uma das 23.900 escolas que participaram da prova do Enem no ano passado. Segundo informações da Agência Brasil, na prova de redação, a média foi 596,25 pontos no ano passado contra 585,06 em 2009. A meta do MEC é que a média chegue a 600 pontos até 2028.

O índice de participação dos estudantes concluintes do ensino médio no Enem também cresceu. Em 2009, 45,8% dos alunos fizeram a prova e em 2010 o número chegou a 56,4%. Para a edição de 2011, que será aplicada nos dias 22 e 23 de outubro, há, ainda de acordo com a Agência Brasil, 5,4 milhões de inscritos. Desse total, 1,4 milhão estão terminando os estudos neste ano.

Os estudantes concluintes do ensino médio regular tiveram em 2010 desempenho ligeiramente melhor no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na comparação com o exame de 2009. De acordo com o Ministério da Educação, a melhora foi de 9,63 pontos – as notas subiram de 501,58 para 511,21 na prova objetiva. Esta é a primeira vez que é possível comparar notas em Enems de um ano para outro, graças à adoção, em 2009, da Teoria de Resposta ao Item (TRI), ferramenta que calibra o grau de dificuldade de avaliações distintas.


O ministro da Educação, Fernando Haddad, espera que a nota média chegue a 600 pontos em 2028, projeção feita a partir de outras metas, como as estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A média perseguida para 2028, porém, ainda fica bem abaixo dos 749,7 pontos obtidos pela escola melhor colocada no exame de 2009.

Segundo Haddad, a média do Enem de 2010 “é compatível com a evolução que está se observando na educação brasileira, nem mais ou menos. É coerente. Se aparecesse uma nota de 550 (para a média da prova objetiva), ia chamar muito minha atenção, teria dificuldade para compreender”.

Considerando os dois dias de aplicação, a média do bloco de Ciências da Natureza e Ciências Humanas saltou de 502,29, em 2009, para 512,21 no ano passado; a de matemática e língua portuguesa, por sua vez, subiu de 500,86 para 510,22.

O MEC, no entanto, não soube explicar à reportagem por que considerou as médias por dia de prova, em vez de cada disciplina isoladamente. Da forma como os dados foram divulgados, não é possível verificar, por exemplo, a variação nas notas de matemática ou de língua portuguesa nos dois últimos anos. Segundo Haddad, os números foram divulgados com “a mesma transparência de sempre”.

Entre 2009 e 2010 também houve melhora na nota de redação (de 585,05 para 595,25). A redação, no entanto, não é respaldada pela TRI, ao contrário da prova objetiva. Outro avanço se deu no número de alunos concluintes do ensino médio que se inscreveram e fizeram a prova: ele aumentou de 824.027 (45,8% do total de concluintes) para 1.011.952 (56,4%).

As duas últimas edições do Enem foram marcadas por uma série de problemas, como o vazamento da prova, em 2009, e a troca do cabeçalho de resposta e falhas de encadernação em 2010.

Para o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o aumento da nota do Enem não é mérito do MEC. “A melhoria do Enem é uma conquista das Secretarias Estaduais de Educação, em primeiro lugar. A União como um todo poderia fazer mais pela educação básica”, afirma. “Estamos saindo de uma situação muito ruim para uma um pouco melhor, mas muito distante de uma situação mediana. O Brasil está melhorando o que é possível dentro de um sistema ruim.”

Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, “o Brasil ultrapassou a Itália para ser a 7.ª economia do mundo, mas no índice de educação da Unesco aparece na 88.ª posição, o que é completamente desproporcional”.

O Estado de S. Paulo vai publicar amanhã um caderno especial com as notas médias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) obtidas pelas escolas do País. A cobertura inclui tabelas, reportagens, perfis e médias das escolas avaliadas. Além do impresso, outras plataformas, como estadão.com.br e tablet também terão material sobre o tema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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