Em Caratinga, duas imagens antagônicas sobre a qualidade de ensino da Unec convivem, simultaneamente, na cidade de 85 mil habitantes, distante 315 quilômetros de Belo Horizonte. De um lado estão alunos, professores e moradores do município impressionados com a superestrutura física e a oferta gratuita e variada de serviços médicos à população. Do outro, médicos do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, usado como hospital-escola pela faculdade, denunciando até mesmo na imprensa local a falta de supervisão das atividades de estagiários e residentes na unidade de saúde.
Diante das controvérsias, a postura do reitor do centro universitário, Antônio Fonseca da Silva, é de ressaltar o cumprimento de todas as exigências legais impostas pelo MEC e de abrir as portas da instituição a quem quiser conhecer os serviços e convênios mantidos pela Unec em mais de 30 cidades do Vale do Rio Doce. “A Unec não brinca de dar cursos e não tem como finalidade ganhar dinheiro. Pedimos autorização para abrir apenas 40 vagas de medicina por ano para poder dar um bom suporte ao aluno e para que os benefícios sociais cheguem a todas as cidades da região”, diz o reitor. Antônio também é categórico ao rebater as críticas do Conselho Regional de Medicina, acusando o órgão de corporativismo e tentativa de reserva de mercado. “Os conselhos não têm direito de avaliar cursos e não têm prerrogativa para questionar diplomas, pois isso é competência do MEC. O que eles podem é cassar o título do profissional que não seguir as condutas éticas”, afirma.
IPATINGA Na Faculdade de Medicina do Vale do Aço (Famevaço/Univaço), também chamam a atenção a infraestrutura e a empolgação dos alunos em defender a excelência do ensino. Mas a instituição não conseguiu impressionar o Ministério da Educação, que, em sua última avaliação, o Índice Geral de Cursos (IGC) 2009, deu nota 2 à escola, valor considerado insatisfatório, numa escala de 1 a 5. Esse indicador é um termômetro da qualidade que leva em conta o aproveitamento no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o antigo Provão, além de variáveis como a titulação dos professores, a estrutura física da instituição e os recursos didático-pedagógicos para aprendizagem.
Em nota, o Ministério da Educação informou que tem programado para este ano uma série de visitas relacionadas a processos de supervisão e os cursos de medicina estão entre os que serão monitorados pela Secretaria de Regulação e Supervisão. Além disso, o MEC afirma ter publicado, em agosto, edital que define os critérios e as condições para que as instituições de ensino superior mantidas pela iniciativa privada vinculadas aos sistemas estaduais de ensino solicitem integração ao sistema federal. Com isso, o ministério será o responsável pela supervisão dessas instituições, que passarão a se submeter ao processo de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), podendo sofrer as penalidades previstas na legislação nos casos em que forem identificadas deficiências na oferta do ensino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário